terça-feira, 23 de agosto de 2011

tatuapé

tinha tudo para ser um encontro maravilhoso: o dia estava frio, perfeito para um jantar a luz de velas e um bom vinho para ser degustado não seria recusado. o vento soprava de uma maneira suave, porém trazia ao tato um frio incômodo, quase cortante. a paisagem era cinza, um dia em que o sol não esteve presente. em cima da passarela, Heloísa esperava calma, porém ansiosa para encontrar seu amado Felipe, que estava voltando de mais um dia de serviço. por causa do tempo convidativo, decidiram se ver e aproveitar a ocasião para discutirem os preparativos de seu casamento, afinal, passaram-se 6 anos para que se tornassem noivos, e já estavam nesta condição há quase 3. Heloísa, apesar de ser uma pessoa calma, estava num nível de stress muito alto por conta desta posição importantíssima que precisavam tomar, e Felipe, por sua vez, sendo uma pessoa altamente explosiva, mostrava-se bastante calmo em relação ao que deveriam fazer, em relação ao casamento, resumindo sua preocupação em saber se sua amada apenas precisava de algum tipo de ajuda financeira, o que ela relutantemente aceitava, pois se encontrava desempregada. Heloísa tinha 25 anos, e havia concluído o curso superior, mas vivia choramingando aos seus pela falta de oportunidades que enfrentava (e Felipe, por sua vez, repudiava suas atitudes, incentivando-a a buscar algo que trouxesse a ela o prazer pelo trabalho). Felipe tinha 27 anos, e concluía seu segundo curso superior. ele era um sedento por conhecimento, não importando sua procedência. era viciado em descobrir o significado das coisas, por conta própria. Felipe chegou ao local marcado, e, após cruzar os bloqueios da estação, andaram por sobre a passarela juntos, abraçados, contra o vento que insistia em dar-lhes uma sensação de frio imensa. mas naquele momento, eles souberam: realmente se amavam.

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